31/07/2008

Uma noite de Verão com Diana Krall


Diana Krall, uma senhora de uma voz inconfundível, deu um concerto magnífico ontem nos Jardins do Marquês de Pombal, em Oeiras. Numa noite quente de Verão e num espaço privilegiado, centenas de pessoas brindaram a chegada da madrugada com as músicas calmas de Diana Krall acompanhadas pelos acordes de piano. E como ela toca bem!
Integrado no Cool Jazz Fest, o concerto que começou com meia hora de atraso e durou cerca de hora e meia, tinha as árvores como banda sonora de fundo. Tanto ouvíamos Diana Krall como o baloiçar das folhas das árvores num espaço simplesmente acolhedor. Sabe bem ouvir música jazz ao ar livre numa noite que adivinhava um dia seguinte cheio de calor.
A ideia foi minha e desafiei a Andreia para me acompanhar. A companhia ideal para estes concertos ou saídas culturais, que reclamava a minha ausência há já algum tempo, fruto do excesso de trabalho. Naquele tempo em que não me podia dar ao luxo de ir a um concerto calmo e revigorante em pleno dia da semana. Lá fomos as duas sem a companhia dos namorados, apreciadores de outro tipo de músicas e sem muita paciência para jazz...

Simpatia contagiante
A entrada do recinto fazia-se a pé, lentamente, onde pessoas de várias idades se misturavam num jardim muito bonito e acolhedor. Nunca tinha assistido a um concerto naquele local e só posso dizer que valeu a pena. É mesmo um ambiente bucólico, calmo e extremamente bonito que nos recebe em noites de Verão tranquilas e serenas. O único aspecto negativo é o facto do chão não se encontrar desnivelado o que faz com que pessoas baixinhas como eu tenham alguma dificuldade em ver o palco de forma grandiosa. No entanto, quando me apeteceu ir comprar uma garrafa de água, andei livremente pelo recinto onde o palco se avistava mais de perto e as pessoas estavam descontraidamente. Só num espectáculo destes ao ar livre é permitido andar sem pedir autorização e escolher outros lugares, em pé, sentados ou como bem nos apetecer.
Diana Krall, a mesma que confessou adorar Portugal e ter trazido, pela primeira vez, os seus dois filhos gémeos de 20 meses... A preparar o seu novo álbum, acabou por confessar que é complicado de gerir e que os seus rebentos costumam acordar às 6 da manhã. A sua voz inconfundível é semelhante à extrema simpatia de uma cantora que até nos confessou ter comido sardinhas e bebido vinho tinto no hotel onde ficou hospedada.
Nota alta para um concerto que adorei. Foi uma excelente ideia que mereceu ficar registada neste sótão! Para ser perfeito, só faltou mesmo uma das suas músicas que adoro e que fez falta. Chama-se "Just The Way you Are" e não parou pelos lados de Oeiras ontem. Fica aqui o registo do youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=V-a_cCBzXRg

27/07/2008

Ter tempo...

Ter tempo. Muito tempo. Algum tempo. O suficiente. Andar, caminhar, devagar, sem pressas. Fins-de-semana diferentes, sentidos, vividos. Calma. Muita calma. Lazer e descanso, eis dois sinónimos que tenho (re)escoberto. Trabalho, algum, mas diferente, sossegado, prazeroso. Dias de tranquilidade e de tempo para viver, estar, sentir, usufruir. Família, amigos, companhia. Ter tempo. Muito tempo. Algum tempo. Com pausas. Combinadas. Privilegiadas. Rir, viver, sentir, saber. Aproveitar, saborear, dormir, programar. Ter tempo. Muito tempo. Algum tempo. Para o que me apetece, o que me enriquece, o que sucede e o que aparece. Para trabalhar, escrever, partilhar e inovar. Para me (re)descobrir e voltar a fazer. Para estar comigo e com os outros. Ter tempo. Muito tempo. Algum tempo. Porque sim, porque me apetece, porque posso.
A agitação deu lugar à calma. Um projecto deu lugar a vários. As escritas tornaram-se diversificadas e calmamente colocadas em word.
Ter tempo. Muito tempo. Algum tempo. Para descobrir e conhecer quem nos rodeia. Para dar valor aos verdadeiros amigos. Para conviver e partilhar. Para trabalhar ao meu ritmo com horas para pensar e aperfeiçoar. Em poucos fins-de-semana, ganha-se o que se perdeu em tantos outros. Danço ao sabor da música. Vivo consoante o compasso. Sei o que tenho e o que me espera. Luto, não páro, avanço. De forma diferente. Menos intensamente.
Ter tempo. Muito tempo. Algum tempo. Para estar, ver, sentir, andar, escrever, comandar... a vida que hoje tenho e que decidi ter.

24/07/2008

Escrita que flui

Ocupada mas não esgotada. A escrever mas com calma e tempo. A trabalhar mas com vida pessoal. Com fins de semana e madrugadas para saborear. Liberdade q.b. e pensamentos criativos. Projectos. Alguns. Muitos. Em simultâneo. Originais. Diversificados. Diferentes. Ambição contida. Palavras sentidas. A reaprender a descansar. Uma nova vida com tudo o que de diferente tem para me oferecer. Com amigos. Apoio familiar. Boas sensações. Pensamento positivo. Vale a pena. Por enquanto. Vale muito a pena. Com tempo para ir ver um concerto a meio da semana. Diana Krall aí vou eu na semana que vem. Vou beliscar-me para ver se acredito. Ciente da minha decisão. Consciente das adversidades. Com força. Determinação. Tranquilidade. Trabalho e família. Amigos e lazer. Tudo junto em semanas diferentes que há muito desconhecia. Por enquanto, está a ser mesmo muito bom. Até valer a pena. Até ser possível. Com coragem para abraçar novos desafios. Estava errada há quase um mês atrás? Parece-me que não. Concentrada, animada, motivada e cumpridora. É assim que me sinto. Agora. Hoje. Neste momento. Férias? Só quando os tais projectos o permitirem. Aborrecida? Nem por isso? Ocupada? O suficiente. A desenvolver jornalismo? Sempre.

21/07/2008

Pausa para o café


Dia 21 de Julho. Umas revistas. Caneta para qualquer eventualidade ou para registar ideias dignas de futuros artigos. Um café (apesar de ser Boundi que não está definitivamente na minha lista predilecta), boa companhia, uma tarde impressionante de calor! Um café depois de almoço com sabor a férias e a Verão. A parte mais simpática de ser jornalista freelancer é esta coisa de me dar ao luxo de tirar uns intervalos para mim e de gerir os meus próprios horários... até perceber que ainda vale a pena! Por enquanto, acho que vale! Agora, sou eu que decido quando quero trabalhar e quais os horários que me tornam mais inspirada e aqueles que prefiro guardar para o lazer.
Posso também tirar uns minutos para mimar os meus sobrinhos e hoje tive a companhia do Gonçalo nesta pausa para café. Como não quero divulgá-lo ao mundo, ficam a conhecer o seu pezinho, aquele que já mexe e remexe quando o Gonçalo quer pedir alguma coisa! Ele não bebeu café mas fez as delícias de quem lá estava.
O que se pode querer mais da vida? Uma simples ida ao café até me dá ideias para as minhas escritas. Devo ter ficado inspirada com um dos membros mais novos da família que começa a palrar, a sorrir e a fazer rir. Não estou só apaixonada pela minha profissão e pelos vícios que a sustentam. Estou imensamente apaixonada pelos meus bebés que continuam a tornar o meu Verão ainda mais especial!

* Foto de Paulo Bolrão :)

20/07/2008

As belas Maristadas...

Este fim-de-semana apeteceu-me isso mesmo: ter fim-de-semana. Esta sensação comum aos restantes mortais não me era dada durante vários meses seguidos antes de ter decidido mudar de vida. E que bem que me soube! Pois bem, hoje tive direito a ter um belo Domingo, com amigos de infância. Realizámos mais uma Maristada (já se começam a transformar em enormes sucessos!).
Passo a explicar... Maristada é o nome que se dá aos vários encontros de amigos de infância (uns catraios quando nos conhecemos, portanto) que se juntam para cafés, almoçaradas, jantaradas, etc. As primeiras duas churrascadas foram realizadas em casa do Zé Calixto e hoje, a anfitriã foi a Tânia. Ambos têm espaços acolhedores ao ar livre para horas de muita comida, bebida a condizer e conversas à mistura. Mas porquê Maristada? Porque estes "quase trintões" andaram na mesma turma, nos Maristas, durante vários anos. Em boa hora, nos juntaram! Ao fim de mais de 25 anos, continuamos a juntar-nos e a conviver, demonstrando que as amizades de infância são mesmo as mais verdadeiras e genuínas. Notámos a falta da nossa Mara que infelizmente não pôde comparecer (o culpado da ausência foi o seu dentista). Está completamente intimada para a próxima.
A Maristada de hoje teve uma mascote especial: Rocky de seu nome. Podem conhecê-lo mais abaixo. Com muitas conversas engraçadas à mistura, divertimo-nos como sempre. Garanto-vos que sabe tão bem voltar a ter fins-de-semana!!! Deixo-vos em baixo algumas fotos da grande Maristada para vos aguçar o apetite e seguirem o nosso exemplo!
Consta-se que os próximos encontros envolvem squash, karts, paintball, canoagem, churrascadas, jantaradas e até, imagine-se, um picnic na reentrée. Gente fina esta!


O homem do lume...


"Há buracos para três"

Uma churrascada patrocinada pela Super Bock


Sem grandes comentários...

A bela da sobremesa da pasteleira Rita Nascimento. Tãooooooo boaaaaaaaa!


A sesta da mascote do dia: Rocky!!!

Os gaijos na conversa!


As únicas gaijas do churrasco... No meio dos homens e do Rocky!


Recibos Verdes Allezzzzzzzzz!



Que é que queres paaaaaaa?

14/07/2008

Seguro de saúde para quando se precisa?

Amigos, há uns dias deparei-me com a inutilidade de um seguro de saúde da nossa praça. Um familiar meu teve de ser internado de urgência e, por acaso, até tem um seguro a bem da sua saúde. Decidi contactar o serviço de apoio ao cliente, apesar da hora tardia e pedir algumas informações sobre os aspectos burocráticos a tratar antes do mesmo ser internado. A médica tinha dado duas alternativas: Hospital São Franciso Xavier ou CUF Descobertas. Pensámos na segunda hipótese. Porque não? Afinal, o meu familiar iria ter um quarto só para ele, todo o conforto para este momento menos simpático da sua vida e qualidade de serviço para dar e vender. Eis não é o meu espanto quando me respondem do outro lado (com uma voz muito simpática e afável) que o cliente teria de preencher um formulário à entrada (já o estou a imaginar cheio de vontade tal era a saúde dele no momento) e o comprovativo de todos os exames, leia-se TODOS, que realizasse durante "a estadia".
Do outro lado, eu respondia: "mas eu não sei quanto tempo vai ficar internado nem quantos exames irá fazer". Ao que me diziam: "pois, mas são as normas.... só depois de recebermos TODOS os exames que o seu familiar efectuar é que podemos PONDERAR se iremos ou não autorizar o internamento". Bom, não será difícil de entender a decisão tomada de seguida... São Francisco Xavier. Porque não? Afinal, é um hospital público, não tem tantas burocracias mas o meu familiar não precisaria de enviar todos os exames a que se iria submeter nem de esperar um tempo até que decidissem se o internamento seria ou não autorizado.
Sendo que uma diária na CUF Descobertas ronda os 1000 euros e tendo em conta que o familiar ficou 15 dias internado... bom... é fazer as contas! Já para não falar nos exames que iria ter de pagar... É que o meu familiar não estava em grandes condições de se preocupar em enviar os ditos exames para a seguradora. Ah! O mais lindo de todos os pormenores é que, segundo indicaram, "esta decisão é demorada e não é tomada logo que os exames são enviados". Ena, só facilidades! Muito bem... Então, o meu familiar iria ser internado, fazia imensos exames, enviava o processo, era negada a autorização e ele ficaria imensos meses a trabalhar horas extra para pagar a estadia. Giro, não é? Afinal, os seguros de saúde estão mesmo lá para quando precisamos! Tudo muito simples, sem complicações, tal e qual a publicidade (enganosa?) que fazem. Qual é a seguradora? Tenho todo o prazer em des(aconselhar). Chama-se Multicare. A mesma que não possibilitou que o meu sobrinho não passasse por período de carência depois de nascer. É que afinal a minha cunhada teria de avisar previamente que o filho ia nascer e colocá-lo na conta ainda na barriga da mãe. Como não o fez e ninguém lhe havia explicado isso antes, está a pagar todas as consultas e exames privados pois o meu sobrinho ainda está no período de carência. O que é certo é que o meu irmão e a minha cunhada contribuem mensalmente para engordar as contas da seguradora.
Eu própria tenho seguro de saúde e até me ajuda em algumas consultas de especialidade que tenho de ir mas também lhes reconheço as inúmeras falhas. Como aquele rapaz que foi sincero no questionário de adesão, confessou que tinha sido operado e que tinha tido uma doença cancerígena. Pois bem, a sinceridade valeu-lhe a recusa imediata no seguro. Não vá ele ficar novamente doente e os senhores não quererem comparticipar as despesas. Não será aceite neste e em nenhum outro seguro... a menos que minta, o que não lhe passa pela cabeça e não seria sensato. Desta vez, falo da Médis.
Estamos bem servidos neste País. Pois estamos! Temos é de ter a sorte de não adoecer e de não precisarmos de nos chatear com estas burocracias que ditam a realidade que vivemos. Chegamos facilmente à conclusão que os seguros de saúde são feitos à medida de pessoas saudáveis.

08/07/2008

Mudar de vida


Há uma música muito conhecida dos Humanos que dita assim: "Muda de vida se tu não vives satisfeito, muda de vida, estás sempre a tempo de mudar.... Muda de vida, não deves viver contrafeito, muda de vida, se há vida em ti a latejar".
Não me inspirei na letra desta música mas lembrei-me deste refrão por estes dias em que tomei uma das decisões mais difíceis e, em simultâneo, mais sensatas da minha vida. Não há como fugir: quando não estamos satisfeitos com a vida que levamos, há que tentar mudar, avançar, caminhar sem medo e sem receio de que algo de errado acontecerá. As últimas duas semanas têm sido inesperadas, curiosas, surpreendentes. Houve muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, muitos sentimentos à flor da pele, muita vontade de explodir. Todas estas emoções, por incrível que possa parecer, têm-me acompanhado com uma certa serenidade. A consciência está tranquila, com a certeza de que não poderia ter feito muito mais. A vida, essa, continua, a todo o vapor com novas oportunidades.
É altura de arregaçar as mangas e fazer frente à decisão tomada, pouco ponderada mas incisiva e coerente. Tenho a certeza de que vou descobrir que foi o mais correcto e que a vida me irá sorrir com avanços profissionais e certezas intemporais.
A decisão vem no seguimento do post anterior que abordava as prioridades da minha vida. Estou numa idade em que o medo não me pode paralisar e a vontade de avançar e crescer deve ser maior e mais importante. Continuo imensamente activa e ocupada e com a certeza do que quero e daquilo que não permito que se alastre na minha vida.
Coisas novas se aproximam, experiências interessantes acompanham-me neste dia-a-dia agitado mas muito mais descansado. Continuo a fazer o que gosto, apaixonadamente, mas de uma forma mais ligeira, menos stressante e mais tranquila. Continuo a entregar-me à escrita, a descobrir histórias, a promover interesses, a procurar saber. O computador permanecerá um dos meus melhores amigos, com a diferença de que as noitadas e os fins-de-semana serão menos intensos e só terão o sinónimo de trabalho, muito de vez em quando e quando eu quiser.
É também nas alturas mais complicadas da vida que nos surpreendemos (ou não) com algumas atitudes e verificamos aqueles que realmente se preocupam connosco. Aqueles que nos apoiam, estão incondicionalmente ao nosso lado, independentemente das decisões que tomemos.
Para os que têm a paciência de me ler no meu sótão, deixo um conselho sincero: se a vida não vos sorri, se vives contrafeito ou sentes a vida, em ti, a latejar, muda de vida! Pode parecer incoerente e complicado, mas é bem mais fácil do que parece...

PS. A acompanhar esta mudança na minha vida, o H. está de volta a casa. Continuo por perto, atenta ao que precisa. Ainda tem uns dias pela frente de recuperação mas tê-lo de regresso constitui uma felicidade imensa que me enche de sorrisos e me permite dormir muito mais tranquila. Há dias assim!

02/07/2008

Prioridades?

Há dias em que as nossas prioridades modificam num ápice. Horas dificeís e momentos que não gostaríamos de ter de viver. De um dia para o outro, tudo aquilo que temos como certo pode modificar-se e deixar-nos impotentes. As horas custam a passar, os segundos ficam lentos e os minutos intermináveis. Resta-nos ir buscar forças onde pensamos que elas não estão e enfrentar as batalhas diárias.
Na semana passada, as prioridades que tinha como certas, modificaram-se totalmente. Descobri que, de facto, a minha família é a riqueza mais segura que tenho e é por ela que vou até ao fim do mundo. Tudo o resto se torna supérfluo e insignificante. Todos os sacrifícios, horas sem dormir e cansaço acumulado se tornam tão pequenos ao pé do que estou a viver.
No passado dia 30 de Junho, este blog fez um ano de vida. No dia em que o criei, fui informada que iria ser tia pela primeira vez e soube que uma das minhas cunhadas tinha sido mãe. Um ano depois, o momento não é de felicidade extrema mas sei que tudo se irá resolver! Força H. Estou e estarei sempre contigo para o que der e vier. Amo-te muito!