09/01/2011

Senti-me mesmo pequenina...

Realizei duas das mais duras entrevistas da minha vida jornalística esta semana. Histórias sem um final feliz. Sabia o que me esperava mas senti-me mesmo pequenina! Se já pensava o quanto devemos viver os momentos e não fazer planos, estas duas histórias reforçaram o meu pensamento. Ainda nós nos queixamos de coisas sem importância e ...nos chateamos com assuntos que não merecem sequer a nossa atenção. Estou a ganhar coragem para transcrever e finalizar o trabalho. Às mães que aceitaram falar, o meu muito obrigada. Mais duas lições de uma vida diária de grande sofrimento para dar a maior qualidade de vida a duas filhas que têm mais um ano do que eu mas não têm a grande oportunidade de viver a vida. Ser jornalista na área da saúde é mesmo assim. Congratulo-me com as histórias felizes e sofro com as que não têm grande solução. Fico sem fôlego. Não consigo ser indiferente. Sinto-me assim... impotente e pequenina. Senti até algum "pudor" de ter de colocar algumas perguntas embora o objectivo do trabalho seja completamente não sensacionalista (tipo de jornalismo com o qual não me identifico).

Estas duas histórias estarão entre tantas outras que não conhecemos e que descrevem vidas diferentes, sem esperança e absolutamente injustas. Um grande bem haja às duas entrevistadas pela luta, pela partilha, pela decisão de proporcionarem o melhor às filhas pelos seus próprios meios sem grandes ajudas estatais e pelo amor incondicional que demonstram a cada minuto. Que a vida consiga voltar a ter cor e a fazer sentido... se é que algum dia isso será possível. E é isto. Sinto-me mesmo pequenina.