24/06/2009

Saudosismo ou talvez não...

Há um ano, por esta hora, a minha família chorava. De preocupação. Desorientação. Inquietude. Nunca nos tinha acontecido mas como há sempre uma primeira vez para tudo, um dos meus manos tinha sido internado no hospital. Há 365 dias, ainda não tínhamos notícias do prognóstico, estávamos cheios de dúvidas e preocupações. Foi nessa mesma altura que o trabalho passou para segundo plano e a família ocupou o topo das prioridades. O mano foi um valente, portou-se muito bem e conseguiu aguentar as saudades da minha cunhada e do meu sobrinho David com pouco mais de um mês. Foi uma dura prova para quem deveria estar a festejar o incrível milagre do nascimento de uma criança.
Hoje, a personagem principal desta história foi comemorar com tudo a que tem direito. E porquê? Porque se está muito melhor agora. Com um sobrinho crescido que aponta para cada avião que passa e entoa um fantástico ohhhhhhh a cada curiosidade que se lhe é apresentada. Um ano depois, muita coisa aconteceu. Olhando para trás, parece que passou tudo muito rápido mas os 15 dias de internamento pareceram-nos os mais longos dias da nossa vida.
Uma coisa é certa: Junho de 2008 nada tem a ver com Junho de 2009. Conclusões da história: cresce-se, sofre-se, aprende-se e mudam-se prioridades. O que não nos derruba torna-nos MESMO mais fortes. Não é um mero ditado. É mesmo a realidade.
Enquanto o meu irmão estava a ser internado, eu estava a enviar páginas do jornal ao designer em pleno fecho (para os leigos, eis a pior altura para acontecer qualquer coisa extra trabalho pois sucedem-se dias de muito stress para que a publicação saia em condições). Foi uma das madrugadas mais difíceis da minha vida: ter de trabalhar e saber que, naquele momento, o meu irmão estava a ser internado.
Nos dias seguintes, desdobrei-me entre as visitas diárias ao hospital e o trabalho. Foi complicado mas lá se fez... Tenho a consciência tranquila. Foi este episódio que me fez reflectir e pensar no que realmente queria para o meu futuro. O meu irmão fez-me um grande favor e ainda me goza por isso: "é preciso um gaijo ter uma pneumonia para tomares atitudes certas". E assim foi... Hoje, a minha vida está completamente diferente, com mais sanidade mental, mais tempo livre, muito trabalho e maior reconhecimento. "Há males que vêm mesmo por bem". Quanto ao mano, também aprendeu bastante na estadia obrigatória naquele quarto de hospital: já não adia as idas ao médico, faz exames de saúde, porta-se melhor e não é completamente despreocupado, para além de ser um pai ultra mega babado e um marido exemplar.
Moral a tirar do episódio que felizmente passou e foi superado pela positiva: a família é o mais importante de tudo, independentemente de tudo o resto e não haverá nenhum trabalho que me ocupará tanto que não me permita ter tempo para estar onde devo e quando devo estar. Porque trabalhos há muitos e família só há uma... Parabéns mano. Pela recuperação. Pelo sucesso profissional. Pelo sobrinho lindo que tu e a Rute me deram. Pelo humor desmedido. Pela forma como superaste o problema. Orgulho-me de ti. Hoje. Amanhã. Sempre.

9 comentários:

Paulo Bolrão disse...

Sim senhora, grande testemunho, muito bem. Gostei bastante, e sei q ele tb vai gostar, e vai ter q o ler c/ 1 guardanapo, já q vai ficar babado c/ tantos elogios....

BJSS

Marisa disse...

Gosta de histórias com finais felizes e esse final é super feliz. Ainda bem que terminou tudo da melhor maneira e que, ao que parece, influenciou muita gente a olhar de uma nova forma para a vida.

Clumbsy Cookie disse...

Foi cá um susto! Mas é bom saberes apreciar como tudo está bem agora ;)!

Anónimo disse...

Sim senhora, grande comemoração! Datas assim, nunca devem passar em branco! E como tu dizes, há males que vêm para o bem. Já que ele teve de passar por isso, ainda bem que houve tantos bons frutos desse acontecimento triste.
Muitos beijinhos para todos e continuem assim, uma família muito unida! Vale mesmo a pena :)
Ivana

Andreia Azevedo Moreira disse...

Mais nada! As prioridades às vezes baralham-se e esses momentos vêm-nos recordar o que realmente importa. Bjinho gd e ainda bem que AGORA tudo está bem.

Madalena van Zeller Muñoz disse...

Querida Cláudia
Gostei muito do seu relato, pois que também tenho um mano que adoro, e ainda bem que há um final feliz. Sim, a família é do melhor que temos. Fiquei surpreendida e contente de ver o meu blog aqui (se bem que o link está incorrecto), e voltarei cá mais vezes agora que conheci o seu blog! Um beijinho, e boa escrita!
Madalena :)

Meg disse...

Que maravilha!parabéns :) E força!*

Cláudia Pinto disse...

Olá Madalena,

Tem toda a razão. Erro corrigido! Agora já todos podem clicar no seu consultório de nutrição. Obrigada pela dica!

Um beijinho e vamos falando :)

Rui Fernandes disse...

Texto Magnífico, Parabéns.
já não é segredo para ninguém que o meu sonho é ser jornalista e estou a fazer de tudo para melhorar algum "jeito" que dizem que tenho.
Muitos dizem que vou ter um futuro de sucesso, mas quando vejo textos como o seu, o meu coração pára qualquer investida de sonhar com um futuro cheio de sucessos.
O meu ídolo jornalístico é Laurinda Alves, adoro o que escreve, mas você acabou de ganhar um novo fã, eu!.
Deixo aqui o meu humilde comentário ao seu blog, e se quiser passe pelo meu.

Beijo grande,
Rui Fernandes, um jovem de 15 anos, com sonhos difíceis de concretizar.