Eu não fui mas vi!

É impossível ficar indiferente à euforia que se cria à volta do Rock in Rio, RIR para os amigos. Eu não fui mas acompanhei alguns dos concertos pela televisão... O balanço dos primeiros três dias do maior festival de música do mundo é muito positivo. Diversidade, variedade, música para todos os gostos e todas as idades, momentos em êxtase, boa música, divertimento... Por momentos, esquecemo-nos da crise instalada e vivemos as coisas boas que este País tem para nos oferecer. E afinal, até são tantas!!! Ainda bem que a tal crise não se reflecte na pouca afluência a este tipo de eventos. Haja ou não dinheiro, o que é certo é que o primeiro dia foi inaugurado em grande, com 90.000 visitantes...

Por falar em primeiro dia, nota alta para Ivete Sangalo, aquela que consegue pôr todos a dançar e a saltar ao som das suas músicas. Lenny também esteve muito bem, ao contrário da anterior presença de Amy Whitehouse. Realmente é incrível como aqueles 24 anos já estão tão estragados!!! É impressionante como é que um talento tão grande pode ser posto em causa num concerto de uma hora, com copos à mistura, falhas repetidas de músicas, lágrimas depressivas e desequilíbrios. Em poucos minutos, muitos daqueles que só compraram o bilhete para a ver, arrependeram-se. Por outro lado, já estariam à espera, dado o currículo da Amy que não tem abonado muito a favor dela, nos últimos tempos. Nota negativa, claro... É realmente uma pena ver um talento tão grande desperdiçado nas notas ao lado e nos esquecimentos da letra. Considero que estes artistas deveriam ser penalizados pela má prestação perante milhares de pessoas à espera de ouvir boa música.

Segundo dia, o melhor!

Não estive presente mas ouvi muitas músicas através de telefonemas do meu namorado que teve a sorte de ver os concertos que mais gostei, ao vivo. Nota alta para Alanis... Sempre a admirei. Achei-a nitidamente mais gorda mas mais feminina e cantei cada música, senti cada acorde, gostei da troca de letra numa determinada música (em que ela dizia que irónico era conheceres o homem da tua vida e depois conheceres o seu bonito MARIDO). Afinada, simpática, simples... Para quando outro concerto da Alanis em Portugal?

Seguiu-se a prestação de Alexandro Sanz... a grande seca da noite! Não entendo como é que colocaram o Sanz entre a Alanis e os Bon Jovi. Certamente para que os ânimos acalmassem... Acredito que muitos desejaram que os minutos passassem. A ansiedade de receber os Bon Jovi era muita e com um Sanz como aperitivo, talvez aumentasse ainda mais. Não gostei! Pronto. Uma verdadeira seca. Não conhecia as músicas, mudava várias vezes de canal e só esperava que o concerto acabasse... O que acabou por salvar a fraca prestação foi a Ivete...

E eis que chegamos ao ponto alto do RIR. Os Bon Jovi mostraram que valeu a pena esperar 13 anos pela sua vinda a Portugal. Simplesmente magnífico!!! Muito bom MESMO! O homem está aí para cantar e dar muito de si! O autêntico oposto da decadente AMY do dia anterior. Goste-se ou não, temos de convir que as músicas dos Bon Jovi são muito conhecidas e ficam no ouvido. Arrepiei-me várias vezes ao ouvir os milhares de pessoas a cantarem as músicas. Surpreendi-me quando vestiu a camisola de Portugal, numa altura em que andamos todos doidos com a selecção nacional. Admirei o facto de ter feito um gesto ao segurança para que o deixasse andar livremente, sem pressões, no corredor central. Muito simpáticos, afinados, cheios de vida e energia. Duas horas de boa música que se poderiam prolongar por mais duas... Tenho ouvido várias opiniões unânimes: foi mesmo muito bom!!!

Quanto ao terceiro dia, não acompanhei de nenhuma forma... Vi apenas miúdas a chorar pelos Tokio Hotel e gabo-lhes a capacidade de terem fãs deste gabarito. Este foi um dia mais fraco, mais dedicado às crianças, justificado pelo Dia que se comemorava.

O que é certo é que a música alimenta os dias, anima os minutos, acompanha as horas de trabalho, faz-nos rir, chorar, vibrar. A música corre-nos nas veias e dá muito mais sentido aos nossos dias. Quando é bem feita então, não há palavras para descrever as sensações arrepiantes que nos faz sentir!