15/08/2008

O brilho do sol não é igual para todos

A adopção de comportamentos adequados de exposição solar continua a ser a regra mais eficaz para se evitar problemas cancerígenos. Falamos de prevenção primária. “A exposição solar deve ser lenta, progressiva, evitando o horário vermelho (das 12h00 às 16h00) e idealmente também o horário amarelo (11h00 às 12h00 e das 16h00 às 17h00), em particular nos dias de índice ultravioleta (UV) elevado. Para saber esta informação, consulte o site do Instituto de Meteorologia”, alerta o Doutor Osvaldo Correia, secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC).
“Deve usar-se chapéu, de preferência de aba larga, óculos escuros com protecção UV e camisola com design que proteja áreas tão sensíveis, como os ombros, o decote, com tecido que o proteja adequadamente. Deve-se também estimular o uso de protectores solares de índice elevado (maior que 30), idealmente colocados, na sua maioria, 30 minutos antes da exposição solar, nunca para fomentar exposições solares exageradas e /ou a horas inadequadas”, explica Osvaldo Correia.

Detecção precoce do cancro cutâneo
“Como a pele é um órgão muito acessível à observação directa, é relativamente fácil, para um clínico experiente, detectar os vários tipos de cancro cutâneo nas fases iniciais”, explica João Abel Amaro. É bom não esquecer que “os cancros da pele tratados precocemente são curáveis e deixam poucas sequelas”, reforça António Picoto, presidente da APCC.
Para conseguir detectar precocemente o cancro cutâneo, deve estar atento a alguns sinais. O aparecimento de um nódulo rosado que cresce gradualmente; uma ferida que surgiu sem causa aparente e que tem dificuldade em cicatrizar; uma lesão verrugosa de crescimento rápido e que sangra facilmente com pequenos traumatismos pode ser indicativo de que algo está mal com a sua pele. Por outro lado, “um sinal que se modificou recentemente ou um sinal de cor negra que surgiu em pele sã e tem aumentado gradualmente de diâmetro e espessura justificam a procura de um especialista”, aconselha João Abel Amaro.
Há que lembrar que todos temos sinais e a maioria destes não tem risco de cancro da pele. “É o caso dos angiomas (sinais vermelhos), fibropapilomas (de tipo verruga, frequentes no pescoço e axilas), queratoses seborreicas (lesão verrucosas que, por vezes, se desintegram e que são mais frequentes com a idade, frequentemente múltiplas e de tendência familiar)”, esclarece Osvaldo Correia.

O cancro de pele mais temido

O melanoma é o cancro de pele mais temível, daí que o seu diagnóstico precoce seja essencial. “Num terço dos casos, surge em sinais (nevos) já existentes, sobretudo com atipia (regra do ABCD: Assimétricos, de Bordo irregular, Cor heterogénea ou muito escura, Diâmetro de mais de 5 mm)”, adianta o secretário-geral da APCC. Se a estas características se juntar a letra E, de Evolução ou alteração recente, estaremos perante um sinal que deve ser observado clinicamente, indicam os especialistas.
“Em dois terços dos casos, o melanoma surge de novo, em pele aparentemente sã, sobretudo em área de pele sujeita a queimaduras solares há anos atrás”, explica Osvaldo Correia. Numa fase muito precoce, a taxa de cura é bastante elevada. Mas se detectado tardiamente, a taxa de mortalidade, aos cinco e dez anos, é elevada. “Faça o seu auto exame periódico da pele de dois em dois meses e, se persistirem dúvidas, consulte o seu médico e, idealmente, o seu dermatologista”, explica o secretário-geral da APCC.

À flor da pele…
A tolerância da pele à radiação ultravioleta da luz solar varia muito de indivíduo para indivíduo. As pessoas de pele clara, loiras e sardentas toleram pouco o sol, ao contrário dos indivíduos de pele escura ou negra.
Em caso de dúvida sobre os horários mais convenientes para estar ao sol, siga a regra da sombra, explicada pelo Dr. João Abel Amaro, director de serviço de Dermatologia do IPO de Lisboa. Quando a sombra que projectamos no chão (nós ou objectos) é inferior à nossa altura, o risco de queimadura é muito elevado e isso significa que estamos no horário vermelho. Quando a sombra é equivalente à altura, o risco é intermédio e significa que estamos no horário laranja. Por último, se a sombra que projectamos é o dobro da nossa altura, ou maior, o risco é mínimo e estamos no horário verde.
Para mais informações, consulte http://www.apcc.online.pt/ (site da APCC)

Assinatura: Cláudia Pinto

Publicado no Jornal do Centro de Saúde e na Revista Executive Health&Wellness, em Julho de 2008

3 comentários:

Anónimo disse...

Fico sempre tão orgulhosa de ti!!!!

É um prazer espreitar o teu sotão e ir percebendo as tuas mudanças.

Fico feliz que tenhas abrandado o teu ritmo de trabalho e descoberto... Re-descoberto o prazer de andar com tempo, devagar, sem pressas...

Beijinho demorado, sem pressas...


Micro

Marisa disse...

Eu gosto imenso do sol e do calor, mas a verdade é que esses problemas, que podem resultar de largas exposoções aos mesmos, me assustam muito. É por isso que não dispenso a sombra do chapéu (ou dos toldos) e os protectores solares.

Anónimo disse...

É pena é que com tanta informação e avisos que há sobre este tema, ainda haja tanta inconsciência...